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red ib

 


A red(e).ib

O primeiro conclave da red(e).ib, no qual participaram representantes dos nós fundadores, decorreu em Saragoça, durante o V Congresso Ibero-americano de Cultura, cujo eixo estrutural foi “Cultura digital e redes”.
Os participantes foram Antonio Franco, diretor do MEIAC (ES), Tania Aedo, diretora do Laboratorio Arte Alameda (MX), Claudia Gianetti, assessora artística da Fundação Eugénio de Almeida (PT), e os comissários do projeto, Nilo Casares e Gustavo Romano, que debateram os seguintes pontos referidos na estrutura funcional da red(e).ib

1- A Rede
A red(e).Ib é uma plataforma de estrutura horizontal articulada a partir de uma série de núcleos (ou nós), na qual participaram os mais destacados centros ibero-americanos na área da arte e da tecnologia. A rede nasce com um claro objetivo geral: investigar, produzir e difundir, de maneira associada, a criação artística ibero-americana mais inovadora neste campo.

2- Os seus Espaços
A red(e).ib contém três espaços bem diferenciados: o Real, o TXT e o Virtual:
O Real: formado pelas reuniões de trabalho (ou conclaves); as exposições físicas (por coprodução ou intercâmbio entre os distintos centros) e a concessão dos prémios red (e).ib.
O TXT: espaço concentrado na investigação teórica, no qual se destaca a realização de uma publicação semestral, cujo nome será TXT.ib.
O Virtual: constituído por salas virtuais atribuídas ao projeto, onde serão exibidas as obras produzidas pelos nós da rede.

3- O Contexto
Até finais do século passado um novo continente agregou-se aos conhecidos. Um continente cuja matéria é apenas informação e que está em constante movimento. Um espaço liso, sem acidentes geográficos que permitam gerar uma cartografia. Um território no qual até agora todos éramos imigrantes mas no qual já surgiu uma geração de nativos: os nativos digitais.
Num contexto que podemos denominar ciber-geográfico (bem como info-espacial), uma ibero-américa desterritorializada, tem a oportunidade de redesenhar as suas fronteiras culturais, os fluxos de recirculação da informação e gerar novas arquiteturas de relações. Uma topologia expandida a partir da qual aproveitar as diferenças e potenciar o intercâmbio e a colaboração horizontal e ponto a ponto (entre pares).

Um elemento nada desprezível deste projeto, com função mais que simbólica, é reclamar o domínio .ib perante a ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), pelo que o domínio http://www.red-e-ib.net só pode ser considerado como provisório, enquanto esperamos ativar http://www.red-e.ib.

4- Organização (tipo de nós, agentes, etc.)
A red(e).ib tem uma organização singular herdada da sua própria horizontalidade, uma paridade que lhe permite descansar sobre duas categorias, em aparências diferentes, mas como se compreenderá prontamente pelo tipo de território no qual se assenta a red(e).ib, são necessárias mutuamente: Instituições e Agentes

Instituições:
Museus, centros culturais, laboratórios de meios e outras entidades estabelecidas que desenvolva pelo menos uma das seguintes funções: exposição, produção, coleção e restauro, arquivo, difusão de projetos de arte e tecnologia. Estas instituições não têm porque ter uma dedicação exclusiva às novas tecnologias, porque hoje, como nos advertem desde o Espacio TXT, os novos meios/suportes infiltraram-se em todos os âmbitos.

Agentes:
Indivíduos ou coletivos independentes cujo âmbito seja o da arte e da tecnologia. Artistas, comissários, teóricos, jornalistas, cujo valor determinante seja o seu alto grau de conectividade e influência no âmbito da criação ibero-americana, e nesta categoria exige-se que sejam especialistas nos novos meios/suportes, visto que sem o concurso dos Agentes, a difusão e, particularmente, a sondagem sobre esta realidade nova, seria impossível. A função principal dos agentes é informar as Instituições menos informadas sobre o que está a ocorrer no quotidiano dos novos meios/suportes.

É conveniente fixar a função de cada um dos elementos e ter uma ideia completa da estrutura da red(e).ib, para poder compreender as mutações às quais, como atenta seguidora da última realidade, estará sujeita.
Os nós são as Instituições com sede física e apoio financeiro (público ou privado) que permitem o assento real da red(e).ib.
Os Agentes dinamizadores são os artistas e teóricos ibero-americanos sem os quais não é possível conceber a arte digital autóctone.
Os conclaves são as reuniões periódicas entre os diretores dos nós e os agentes dinamizadores para a partilha das novidades no campo das artes digitais e o aprofundamento destes avanços.
As exposições físicas têm lugar nos nós ou nos centros de acolhimento provisório para a potencialização da red(e).ib. Sem os nós toda a rede seria impossível visto que não é possível nutrir apenas do contributo exclusivo dos Agentes dinamizadores.

Esta estrutura clara, mas flexível, é a que permite que a red(e).ib mantenha a sua vocação de se ampliar e crescer a par da incorporação de um maior número de membros. Algo que ocorrerá com as sucessivas reuniões e na sequência nas conclusões abordadas em cada uma delas.

O nó de peritos deve aprofundar nos distintos fins da red(e).ib, um dos quais é impulsionar, apoiar e alargar o alcance da produção digital ibero-americana.

A red(e).ib contempla-se como um organismo vivo, como um projeto em progresso, expansivo, aberto à incorporação de novos membros e adaptável às mudanças dinâmicas que caracterizam e impulsionam as criações digitais.


Estiveram presentes no primeiro conclave:

Antonio Franco Domínguez é historiador e crítico de arte. Em 1995 foi nomeado Diretor do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), onde impulsionou a realização de importantes iniciativas relacionadas com a criação artística ibérica e ibero-americana e sobre a produção artística associada aos novos meios tecnológicos.

Claudia Giannetti é especialista em arte multimédia, teórica e escritora, comissária de exposições e eventos culturais, Doutora em História da Arte pela Universidade de Barcelona, especializada em Estética Digital. Foi diretora da Associació de Cultura Contemporània L’Angelot, Barcelona, diretora do MECAD\Media Centre d’Art i Disseny, Barcelona, diretora do Canariasmediafest, Festival Internacional de Artes y Culturas Digitales da Gran Canaria. Atualmente, dirige o Edith-Russ-Haus para arte multimédia em Oldenburg, Alemanha e é assessora artística da Fundação Eugénio de Almeida (Évora, Portugal).

Tania Aedo é diretora do Laboratorio Arte Alameda. Situado na Cidade do México, é uma das grandes referências internacionais no que concerne a espaços dedicados à exposição, documentação, produção e investigação das práticas artísticas que utilizam e estabelecem um diálogo com a relação arte-tecnologia.

Nilo Casares é polígrafo, colaborador na imprensa, investigador ocasional na área da estética e teoria das artes, comissário crítico de arte, promotor de arte digital e arte pública, coordenador e diretor de atividades culturais, conferencista, consultor e assessor artístico. Realizou mais de uma centena de comissariados a nível internacional. Diretor do konceptkonstmuseum, Valência, e membro da Artificialia, Pescara (Itália). Entre as suas publicações mais recentes encontramos os livros netart_latino database e Del net.art al web-art 2.0.

Gustavo Romano, artista e comissário. Fundou, em 1995, Fin del Mundo, a primeira plataforma de net.arte na América Latina. Foi comissário do Centro Virtual do Centro Cultural de Espanha em Buenos Aires, onde criou e dirigiu o seu Medialab (Laboratório multimédia). Publicou em 2006 o livro Netart.ib que traça um panorama da produção digital ibero-americana. Coordena o projeto NETescopio, um arquivo de obras digitais do MEIAC.